O que é a ropivacaína?
A ropivacaína é um anestésico local da classe dos aminoésteres. É utilizada principalmente para a indução de anestesia local e regional, proporcionando analgesia em procedimentos cirúrgicos e para alívio da dor pós-operatória. Ela é frequentemente empregada em bloqueios nervosos e em anestesia epidural, sendo apreciada por sua menor toxicidade em comparação com outros anestésicos locais, como a bupivacaína. A ropivacaína age bloqueando os canais de sódio nas membranas celulares, o que impede a propagação de impulsos nervosos, resultando em perda de sensibilidade na área onde é administrada.
Para que serve?
A ropivacaína é utilizada principalmente para:
- Anestesia local: Proporciona anestesia em procedimentos cirúrgicos menores, onde é necessário bloquear a dor em uma área específica do corpo.
- Anestesia regional: Utilizada em bloqueios nervosos, como o bloqueio de plexo braquial ou femoral, que são comuns em cirurgias ortopédicas e de membros.
- Anestesia epidural: Frequentemente empregada em anestesia epidural durante o trabalho de parto e em cirurgias abdominais, permitindo alívio da dor sem a necessidade de anestesia geral.
- Alívio da dor: Usada em técnicas de analgesia pós-operatória para ajudar a controlar a dor após cirurgias, melhorando a recuperação e o conforto do paciente.
É especialmente valorizada por sua capacidade de proporcionar analgesia com um perfil de segurança favorável.
Mecanismo de Ação da ropivacaína
A ropivacaína atua como um anestésico local, bloqueando a condução dos impulsos nervosos. O mecanismo de ação envolve os seguintes passos:
- Bloqueio dos canais de sódio: A ropivacaína se liga aos canais de sódio nas membranas das células nervosas. Esses canais são essenciais para a despolarização e propagação dos impulsos elétricos que transmitem a dor.
- Inibição da despolarização: Ao bloquear os canais de sódio, impede a entrada de sódio nas células nervosas. Isso inibe a despolarização da membrana celular, essencial para a geração do potencial de ação.
- Impedimento da condução do impulso nervoso: Como resultado, a propagação dos impulsos nervosos que transmitem a sensação de dor é interrompida, levando à perda temporária de sensibilidade na área onde o anestésico foi administrado.
- Duração da ação: É conhecida por ter uma duração de ação prolongada, permitindo analgesia eficaz por períodos mais longos em comparação com outros anestésicos locais. Isso a torna útil em procedimentos cirúrgicos e para controle da dor pós-operatória.
Esse mecanismo de ação faz da ropivacaína uma escolha eficaz e segura para diversos procedimentos anestésicos.
Farmacocinética (Absorção, distribuição, metabolismo e eliminação)
A farmacocinética da ropivacaína refere-se à forma como o medicamento é absorvido, distribuído, metabolizado e excretado pelo organismo. Aqui estão os principais aspectos:
- Absorção: A ropivacaína é absorvida rapidamente após injeção, com a taxa variando conforme o local da aplicação. Em áreas mais vascularizadas, como músculos, a absorção é mais rápida.
- Distribuição: O medicamento se distribui amplamente nos tecidos, com um grande volume de distribuição. Cerca de 94% se liga às proteínas plasmáticas.
- Metabolismo: Metabolizada principalmente no fígado pelas enzimas do citocromo P450, gerando metabólitos menos ativos.
- Excreção: Os metabólitos e a ropivacaína não metabolizada são excretados pela urina. A meia-vida é geralmente de 3 a 4 horas.
Esses fatores influenciam a eficácia e duração da analgesia proporcionada pela ropivacaína.
Indicações terapêuticas
A ropivacaína é utilizada em várias situações clínicas, incluindo:
- Anestesia local: Para procedimentos cirúrgicos menores, onde a anestesia em uma área específica do corpo é necessária.
- Anestesia regional: Em bloqueios nervosos, como plexo braquial e femoral, frequentemente utilizados em cirurgias ortopédicas e de membros.
- Anestesia epidural: Para alívio da dor durante o trabalho de parto e em cirurgias abdominais, proporcionando analgesia sem necessidade de anestesia geral.
- Controle da dor pós-operatória: Utilizada em analgesia pós-operatória para gerenciar a dor após cirurgias, melhorando a recuperação e o conforto do paciente.
- Anestesia em procedimentos obstétricos: Empregada em cesarianas e outros procedimentos obstétricos, proporcionando analgesia segura e eficaz.
Essas indicações tornam a ropivacaína uma escolha popular em ambientes cirúrgicos e obstétricos.
Apresentações
A ropivacaína está disponível em várias apresentações, que podem incluir:
- Solução injetável:
- Comumente disponível em concentrações de 0,2%, 0,5%, 0,75% e 1%.
- Geralmente, é apresentada em frascos ou ampolas de 10 mL, 20 mL ou 50 mL.
- Formas para anestesia epidural:
- Preparações específicas podem estar disponíveis em concentrações adequadas para administração epidural, como 0,2% e 0,375%.
- Soluções pré-misturadas:
- Algumas formulações vêm em combinações com outros anestésicos ou adjuvantes, dependendo do protocolo clínico.
As apresentações podem variar entre os fabricantes, por isso é importante consultar as informações do produto específico utilizado.
Nome comercial
A ropivacaína é comercializada sob vários nomes comerciais, dependendo do fabricante. Alguns dos nomes comerciais mais comuns incluem:
- Naropin
- Ropivacaína (denominação genérica)
É importante notar que a disponibilidade de nomes comerciais pode variar por país e fabricante. Ao prescrever ou administrar o medicamento, é essencial verificar o nome do produto específico e suas características.
Efeitos colaterais comuns e adversos
Os efeitos colaterais da ropivacaína podem variar de leves a graves. Os mais comuns incluem:
- Efeitos locais:
- Dor ou desconforto no local da injeção.
- Hematomas ou inchaço na área de administração.
- Efeitos sistêmicos:
- Náuseas e vômitos.
- Tontura ou vertigem.
- Sonolência.
- Reações adversas mais graves (menos comuns):
- Toxicidade no sistema nervoso central, que pode se manifestar como convulsões, parestesias ou perda de consciência.
- Toxicidade cardiovascular, incluindo arritmias ou colapso cardiovascular, especialmente em doses elevadas ou em casos de administração inadvertida intravenosa.
É importante monitorar os pacientes após a administração de ropivacaína para identificar qualquer reação adversa e tomar as medidas necessárias.
Contraindicações
A ropivacaína possui algumas contraindicações que devem ser consideradas antes de sua administração. As principais incluem:
- Hipersensibilidade:
- Contraindicado em pacientes com alergia conhecida à ropivacaína ou a outros anestésicos locais da mesma classe.
- Infecções no local da injeção:
- Não deve ser administrada em áreas com infecções ou inflamações agudas.
- Bloqueios em locais não recomendados:
- Contraindicada para técnicas de bloqueio que não são adequadas para anestesia com ropivacaína, como injeções intravasculares inadvertidas.
- Doenças neurológicas ou musculares:
- Pacientes com certas condições neurológicas ou musculares podem ter contraindicações adicionais.
- Insuficiência cardiovascular severa:
- Pacientes com problemas cardiovasculares significativos podem não ser candidatos à administração de anestésicos locais.
É essencial que a administração da ropivacaína seja feita sob supervisão médica e que os profissionais de saúde avaliem cuidadosamente o histórico médico do paciente antes de proceder.

Tabela de Anestésicos
Lembre-se de que as informações nesta página são apenas de caráter informativo e não substituem o aconselhamento médico profissional. Sempre consulte um médico antes de tomar decisões relacionadas à sua saúde.