O que é a lidocaína?
A lidocaína é um anestésico local da classe dos aminoácidos, utilizado para bloquear a condução de impulsos nervosos em áreas específicas do corpo. Ela atua rapidamente e tem um efeito prolongado, sendo amplamente empregada em procedimentos médicos e dentários para controlar a dor. Além de suas propriedades anestésicas, a lidocaína também possui propriedades antiarrítmicas, podendo ser utilizada em casos de arritmias cardíacas.
Para que serve a lidocaína?
- A lidocaína é utilizada principalmente para as seguintes finalidades:
- Anestesia local: É frequentemente aplicada em procedimentos cirúrgicos, dentários e outros procedimentos médicos para anestesiar áreas específicas do corpo e proporcionar alívio da dor.
- Tratamento de arritmias cardíacas: A lidocaína é usada em situações de emergência para tratar arritmias ventriculares, ajudando a estabilizar a atividade elétrica do coração.
- Alívio da dor: Pode ser utilizada em forma de gel ou creme para tratar dores associadas a condições como herpes zóster, neuropatia e dores musculares.
- Anestesia regional: Utilizada em bloqueios nervosos para anestesiar áreas maiores do corpo durante cirurgias.
Essas aplicações fazem da lidocaína uma opção versátil no manejo da dor e em procedimentos médicos.
Mecanismo de Ação da lidocaína
A lidocaína atua como um anestésico local ao bloquear os canais de sódio nas membranas das células nervosas. Esse bloqueio impede a despolarização e a propagação dos impulsos nervosos, resultando na interrupção da sensação de dor.
Quando a lidocaína é administrada, ela se difunde rapidamente para as terminações nervosas locais, ligando-se aos canais de sódio e bloqueando a entrada de íons sódio nas células. Isso impede que os sinais de dor sejam transmitidos ao sistema nervoso central. O efeito anestésico geralmente começa em minutos após a administração e pode durar de 30 minutos a várias horas, dependendo da formulação e da dose utilizada.
Além disso, a lidocaína também pode ter um efeito antiarrítmico, estabilizando a membrana celular no coração e prevenindo a ocorrência de arritmias, ao inibir a condução elétrica excessiva.
Farmacocinética (Absorção, distribuição, metabolismo e eliminação)
A farmacocinética da lidocaína envolve como o medicamento é absorvido, distribuído, metabolizado e excretado no corpo:
- Absorção: A lidocaína é rapidamente absorvida após administração intravenosa, intramuscular ou subcutânea. Quando aplicada como anestésico local, a absorção pode variar dependendo da área de aplicação, da presença de vasoconstritores (como a epinefrina) e da formulação utilizada.
- Distribuição: Após a absorção, a lidocaína se distribui amplamente nos tecidos. Ela é altamente lipofílica, o que permite uma rápida penetração nas membranas celulares. A ligação às proteínas plasmáticas é significativa, com cerca de 60-80% da lidocaína se ligando a proteínas no plasma.
- Metabolismo: A lidocaína é metabolizada principalmente no fígado, onde é convertida em metabolitos ativos e inativos. O principal metabolito ativo é a monoetilglicinaxilidida (MEGX), que também possui propriedades anestésicas, embora menos potentes que a lidocaína. O metabolismo é influenciado por fatores como a função hepática e a presença de outros medicamentos.
- Excreção: Os metabolitos da lidocaína são excretados principalmente na urina. A meia-vida de eliminação varia de 1 a 2 horas em adultos saudáveis, mas pode ser prolongada em casos de insuficiência hepática ou em pacientes idosos.
Essa farmacocinética explica a eficácia e a duração da ação da lidocaína em procedimentos médicos e anestésicos.
indicações terapêuticas da lidocaína
A lidocaína é indicada para uma variedade de usos terapêuticos, incluindo:
- Anestesia Local: Utilizada em procedimentos cirúrgicos, dentários e diagnósticos para bloquear a dor em áreas específicas do corpo.
- Anestesia Regional: Aplicada em bloqueios nervosos, como bloqueios de plexo braquial e anestesia epidural, para anestesiar áreas maiores durante cirurgias.
- Tratamento de Arritmias Cardíacas: Usada em emergências médicas para tratar arritmias ventriculares, ajudando a restaurar a normalidade do ritmo cardíaco.
- Alívio da Dor: Em formulações tópicas, a lidocaína é usada para tratar dores associadas a condições como neuropatia diabética, herpes zóster e lesões cutâneas.
- Procedimentos Endoscópicos: Pode ser utilizada para anestesiar a mucosa durante procedimentos como endoscopias.
- Cuidados Paliativos: Às vezes empregada para o manejo da dor em pacientes com doenças avançadas.
Essas indicações fazem da lidocaína uma ferramenta valiosa na prática médica, permitindo o controle eficaz da dor e a estabilização das funções cardíacas.
Apresentações da lidocaína
A lidocaína está disponível em várias apresentações, incluindo:
- Soluções Injetáveis:
- Lidocaína 1% (10 mg/mL)
- Lidocaína 2% (20 mg/mL)
- Lidocaína 5% (50 mg/mL) – geralmente para uso em anestesia epidural ou bloqueios nervosos.
- Lidocaína Tópica:
- Géis: Lidocaína 2% em gel (aplicação tópica para alívio da dor em condições como herpes zóster).
- Cremes: Lidocaína 5% (usado para aliviar a dor em áreas específicas da pele).
- Adesivos transdérmicos: como o adesivo de lidocaína 5% (usado para analgesia localizada).
- Soluções para Uso Endovenoso:
- Lidocaína 1% para administração intravenosa em situações de emergência.
- Formas Farmacêuticas Orais:
- Pastilhas de lidocaína para alívio da dor de garganta.
Essas diversas apresentações permitem que a lidocaína seja utilizada em diferentes contextos clínicos, adaptando-se às necessidades dos pacientes e dos procedimentos realizados.
Nome comercial
A lidocaína é comercializada sob vários nomes, dependendo do país e do fabricante. Alguns dos nomes comerciais comuns incluem:
- Xylocaine
- Lignospan
- Lidoderm (adesivo transdérmico)
- Anestacon
- Lidocaína Kabi
- Lidocaína B. Braun
Além desses, existem várias outras marcas que podem conter lidocaína como princípio ativo, variando em formulações e concentrações. É importante verificar a bula do produto para obter informações específicas sobre cada apresentação.
Efeitos colaterais comuns e adversos
A lidocaína é geralmente bem tolerada, mas pode apresentar alguns efeitos colaterais, que podem variar de leves a graves. Aqui estão os efeitos colaterais mais comuns e os adversos:
Efeitos Colaterais Comuns:
- Reações locais: Dor, inchaço ou vermelhidão no local da injeção ou aplicação.
- Sensação de formigamento: Pode ocorrer na área tratada após a administração.
- Náuseas ou vômitos: Alguns pacientes podem sentir desconforto gastrointestinal.
- Tontura ou sonolência: Pode ocorrer, especialmente após administração intravenosa.
Efeitos Adversos Raros e Graves:
- Reações alérgicas: Erupções cutâneas, coceira ou urticária. Reações alérgicas graves, como anafilaxia, são raras, mas podem ocorrer.
- Toxicidade sistêmica: Se a lidocaína for administrada em doses excessivas ou acidentalmente injetada na corrente sanguínea, pode causar:
- Convulsões
- Depressão respiratória
- Arritmias cardíacas
- Parada cardíaca
- Neuropatia: Em casos raros, pode ocorrer lesão nervosa temporária ou permanente em áreas onde a anestesia foi aplicada.
Os profissionais de saúde devem monitorar os pacientes para possíveis reações adversas e ajustar as doses conforme necessário para minimizar riscos. É importante relatar qualquer efeito colateral significativo ao médico.
Contraindicações
A lidocaína possui algumas contraindicações que devem ser consideradas antes de sua administração. As principais incluem:
- Alergia: Hipersensibilidade à lidocaína ou anestésicos locais similares.
- Bloqueio cardíaco: Bloqueio cardíaco de grau avançado.
- Insuficiência hepática severa: Risco aumentado de toxicidade.
- Reações anafiláticas anteriores: A outros anestésicos locais.
- Gravidez e lactação: Usar com cautela.
- Doenças cardíacas: Avaliação cuidadosa em pacientes com doenças cardíacas.
- Interações medicamentosas: Uso concomitante com certos medicamentos que afetam o coração.
É essencial que profissionais de saúde realizem uma avaliação completa do histórico médico do paciente antes de administrar lidocaína, para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.

Tabela de Anestésicos
Lembre-se de que as informações nesta página são apenas de caráter informativo e não substituem o aconselhamento médico profissional. Sempre consulte um médico antes de tomar decisões relacionadas à sua saúde.