O que é a cetamina?
A cetamina é um anestésico dissociativo que atua principalmente como um agente anestésico e analgésico. É utilizada em contextos médicos para induzir anestesia em procedimentos cirúrgicos, especialmente em situações de emergência. Além de suas aplicações anestésicas, a cetamina tem ganhado atenção por seus efeitos antidepressivos em doses subanestésicas, sendo estudada como uma opção de tratamento para a depressão resistente a outros medicamentos.
Para que serve?
A cetamina é utilizada para diversas finalidades médicas, incluindo:
- Anestesia: É amplamente empregada para induzir anestesia geral em procedimentos cirúrgicos, especialmente em situações de emergência, onde a rápida ação e a manutenção de reflexos protetores são desejáveis.
- Analgésico: Serve como analgésico em contextos como manejo da dor aguda e crônica, especialmente em pacientes que não respondem bem a outros analgésicos.
- Tratamento da depressão: Em doses subanestésicas, a cetamina tem mostrado eficácia no tratamento rápido de episódios depressivos, particularmente em pacientes com depressão resistente a tratamentos tradicionais.
- Sedação: É utilizada em procedimentos médicos que requerem sedação, como endoscopias e intervenções em unidades de terapia intensiva.
- Transtornos de estresse pós-traumático (TEPT): Estudos estão sendo realizados para avaliar a eficácia da cetamina no tratamento de TEPT e outras condições de saúde mental.
Mecanismo de Ação da cetamina
A cetamina atua principalmente como um antagonista dos receptores NMDA (N-metil-D-aspartato), o que inibe a ação do glutamato, neurotransmissor envolvido na dor e na memória. Seus principais efeitos incluem:
- Anestesia e Analgesia: O bloqueio dos receptores NMDA reduz a transmissão de sinais de dor, proporcionando efeito anestésico e analgésico.
- Efeitos Antidepressivos: Ao aumentar a liberação de glutamato em áreas específicas do cérebro, a cetamina pode facilitar a neuroplasticidade, contribuindo para a eficácia no tratamento da depressão resistente.
- Interação com Outros Receptores: A cetamina também atua em receptores de serotonina e opióides, potencializando seus efeitos.
Farmacocinética (Absorção, distribuição, metabolismo e eliminação)
A farmacocinética da cetamina envolve como o corpo absorve, distribui, metaboliza e excreta a substância. Os principais aspectos são:
- Absorção: Administrada por via intravenosa (IV), intramuscular (IM), subcutânea ou intranasal; a IV tem início rápido (minutos).
- Distribuição: Distribui-se rapidamente pelos tecidos, especialmente no cérebro, devido à alta lipossolubilidade.
- Metabolismo: Metabolizada no fígado, principalmente pela enzima CYP2B6, gerando metabolitos ativos, como a norketamina.
- Excreção: Metabolitos excretados pelos rins; a meia-vida da cetamina é de 2 a 3 horas.
Indicações terapêuticas da cetamina
A cetamina é utilizada em diversas situações clínicas, incluindo:
- Anestesia: Utilizada para indução e manutenção da anestesia geral, especialmente em situações de emergência e em pediatria.
- Alívio da dor: Empregada no manejo da dor aguda e crônica, especialmente quando outros analgésicos falham.
- Tratamento da depressão: Eficaz em doses subanestésicas para tratar depressão resistente e episódios depressivos, com início rápido de ação.
- Sedação: Utilizada para sedar pacientes em procedimentos médicos, como endoscopias e intervenções em unidades de terapia intensiva.
- Transtornos de estresse pós-traumático (TEPT): Pesquisas estão em andamento para avaliar sua eficácia no tratamento de TEPT.
Apresentações da cetamina
Está disponível em várias formas de apresentação, incluindo:
- Solução injetável:
- Cetamina Cloridrato: Geralmente disponível em frascos de 10 mg/mL, 50 mg/mL ou 100 mg/mL para administração intravenosa (IV) ou intramuscular (IM).
- Spray nasal:
- Cetamina (apresentação intranasal): Utilizada para administração em doses subanestésicas, com formulações específicas para o tratamento da depressão.
- Comprimidos (menos comum):
- Formas orais podem ser utilizadas em contextos de pesquisa, mas não são amplamente disponíveis comercialmente.
Nome comercial
A cetamina é comercializada sob diferentes nomes comerciais, dependendo do país e do fabricante. Alguns dos nomes comerciais mais conhecidos incluem:
- Ketalar: Um dos nomes mais comuns para a cetamina, usado em anestesia.
- Ketanest: Outra marca que contém cetamina, utilizada para anestesia e analgesia.
- Anesket: Utilizada em procedimentos anestésicos.
É importante observar que, em alguns países, a cetamina pode ser encontrada apenas sob a forma de seu nome genérico, “cetamina”.
Efeitos colaterais comuns e adversos
Os efeitos colaterais da cetamina podem variar de leves a graves e incluem:
Efeitos colaterais comuns:
- Náuseas e vômitos: Comuns após a administração, especialmente em doses elevadas.
- Tontura: Pode ocorrer após a indução anestésica.
- Confusão e desorientação: Efeitos relacionados à alteração da percepção e à dissociação.
- Aumento da pressão arterial e frequência cardíaca: Efeitos simpaticomiméticos que podem ocorrer durante a administração.
Efeitos adversos graves:
- Reações alérgicas: Embora raras, podem incluir urticária, dificuldade respiratória e anafilaxia.
- Psicose ou alucinações: Em alguns pacientes, especialmente em doses altas ou em situações não controladas.
- Depressão respiratória: Risco em doses elevadas ou em pacientes com condições respiratórias subjacentes.
É importante monitorar os pacientes durante e após a administração da cetamina para gerenciar esses efeitos.
Contraindicações
A cetamina possui algumas contraindicações que devem ser consideradas antes de sua administração, incluindo:
- Hipersensibilidade: Contraindicada em pacientes com histórico de alergia conhecida à cetamina ou a qualquer um de seus excipientes.
- Problemas cardiovasculares: Deve ser evitada em pacientes com hipertensão grave, doença cardíaca isquêmica, ou insuficiência cardíaca, devido aos seus efeitos simpaticomiméticos que podem aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca.
- Histórico de distúrbios psiquiátricos: Pacientes com histórico de psicose ou problemas psiquiátricos graves podem ter um aumento no risco de efeitos alucinatórios ou delirantes.
- Disfunção hepática severa: A cetamina é metabolizada no fígado, e a função hepática comprometida pode afetar sua eliminação e aumentar o risco de toxicidade.
- Crianças: Embora seja usada na pediatria, a utilização em crianças deve ser cuidadosamente considerada, especialmente em relação a doses e monitoramento.
- Gravidez e lactação: O uso em mulheres grávidas ou lactantes deve ser avaliado cuidadosamente, pois não há dados suficientes sobre sua segurança.
É sempre importante realizar uma avaliação completa do paciente antes de administrar cetamina.

Tabela de Anestésicos
Lembre-se de que as informações nesta página são apenas de caráter informativo e não substituem o aconselhamento médico profissional. Sempre consulte um médico antes de tomar decisões relacionadas à sua saúde.