ADRENALINA

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De Sector Salud

A adrenalina, também conhecida como epinefrina, é um hormônio e neurotransmissor produzido pelas glândulas suprarrenais. É uma catecolamina que desempenha um papel crucial na resposta do corpo ao estresse, conhecida como “luta ou fuga”. Quando liberada, a adrenalina aumenta a frequência cardíaca, dilata as vias aéreas e melhora o fluxo sanguíneo para os músculos, preparando o corpo para reações rápidas em situações de emergência. É amplamente utilizada na medicina, especialmente em situações de anafilaxia, parada cardíaca e em algumas condições de asma.

A adrenalina é utilizada para diversas finalidades médicas, incluindo:

  • Tratamento de anafilaxia: A adrenalina é o tratamento de escolha para reações alérgicas graves, ajudando a reverter os sintomas de anafilaxia, como dificuldade respiratória e queda da pressão arterial.
  • Suporte em parada cardíaca: Durante uma parada cardíaca, pode ser administrada para ajudar a restaurar a circulação e aumentar as chances de reanimação.
  • Tratamento de asma e outras condições respiratórias: Pode ser utilizada em situações agudas de asma para aliviar a constrição das vias aéreas.
  • Controle de hemorragias: Em alguns casos, é aplicada localmente para ajudar a constranger os vasos sanguíneos e controlar sangramentos.
  • Analgésicos e anestésicos locais: É frequentemente adicionada a anestésicos locais para prolongar seu efeito e reduzir o sangramento na área tratada.

Esses usos destacam a importância da adrenalina em situações críticas e na gestão de condições médicas agudas.

Mecanismo de Ação

A adrenalina atua principalmente por meio de dois tipos de receptores adrenérgicos: α (alfa) e β (beta), que são encontrados em várias partes do corpo. A sua ação é rápida e ocorre em várias frentes:

  • Receptores α1: A ativação desses receptores provoca a constrição dos vasos sanguíneos (vasoconstrição), resultando em aumento da pressão arterial. Isso é especialmente importante durante reações anafiláticas ou em casos de choque.
  • Receptores β1: Esses receptores estão localizados principalmente no coração. A adrenalina aumenta a frequência cardíaca (taquicardia), a força de contração do coração (inotropia positiva) e a condução elétrica, melhorando a circulação sanguínea.
  • Receptores β2: Esses receptores estão presentes nos músculos lisos das vias aéreas e em outros tecidos. A ativação dos receptores β2 causa relaxamento dos músculos lisos, resultando em broncodilatação, o que é crucial para melhorar a respiração em casos de asma ou outras condições respiratórias.

Além disso, a adrenalina mobiliza a energia armazenada, promovendo a liberação de glicose e ácidos graxos no sangue, o que fornece energia rápida para os músculos durante situações de estresse. Em resumo, a adrenalina prepara o corpo para a ação imediata, aumentando a perfusão sanguínea, melhorando a função respiratória e mobilizando energia.

Farmacocinética (Absorção, distribuição, metabolismo e eliminação)

A farmacocinética da adrenalina envolve a absorção, distribuição, metabolização e excreção do medicamento:

  • Absorção: A adrenalina é rapidamente absorvida após administração intravenosa (IV) e intramuscular (IM). Quando administrada via subcutânea ou intradérmica, a absorção é um pouco mais lenta.
  • Distribuição: A adrenalina é amplamente distribuída pelo corpo e pode atravessar a barreira hematoencefálica, embora em menor extensão. O volume de distribuição é relativamente grande, indicando que a adrenalina se liga a muitos tecidos.
  • Metabolização: A adrenalina é metabolizada principalmente pelo fígado e por enzimas como a catecol-O-metiltransferase (COMT) e a monoamina oxidase (MAO). Esses processos transformam a adrenalina em metabólitos inativos.
  • Excreção: Os metabólitos da adrenalina são excretados principalmente na urina. A meia-vida da adrenalina é curta, geralmente em torno de 2 a 3 minutos, o que requer re-administrações em situações clínicas agudas, dependendo da gravidade da condição.

indicações terapêuticas

A adrenalina tem várias indicações terapêuticas na prática clínica, incluindo:

  1. Anafilaxia: É a principal indicação da adrenalina, utilizada para tratar reações alérgicas graves que podem levar ao choque anafilático. A administração rápida de adrenalina pode reverter os sintomas e salvar vidas.
  2. Parada Cardíaca: A adrenalina é recomendada durante a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em casos de parada cardíaca, pois ajuda a restabelecer a circulação e aumentar as chances de sucesso na reanimação.
  3. Crises Astmáticas: É utilizada em situações agudas de asma, onde o broncoespasmo severo impede a respiração. A adrenalina atua como um broncodilatador rápido.
  4. Controle de Hemorragias: A adrenalina pode ser aplicada localmente para ajudar a controlar hemorragias, especialmente durante procedimentos cirúrgicos ou em situações de trauma.
  5. Anestesia Local: Frequentemente adicionada a anestésicos locais, a adrenalina ajuda a prolongar o efeito anestésico e a reduzir o sangramento na área tratada.
  6. Doença de Addison: Em situações de crise adrenal, a adrenalina pode ser usada para tratar a hipotensão e a insuficiência adrenal.
  7. Taquicardia Ventricular: Em algumas situações, a adrenalina pode ser utilizada para tratar arritmias cardíacas, como a taquicardia ventricular.

Essas indicações destacam a versatilidade e a importância da adrenalina em situações médicas críticas e de emergência.

Apresentações

A adrenalina está disponível em várias formas de apresentação, que incluem:

  1. Solução Injetável:
    • Adrenalina 1:1.000 (0,1%): Usada para administração intramuscular ou subcutânea, frequentemente em situações de anafilaxia.
    • Adrenalina 1:10.000 (0,01%): Usada para administração intravenosa, especialmente durante ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e em situações de parada cardíaca.
  2. Autoinjetor:
    • EpiPen: Um dispositivo de autoinjeção que contém adrenalina em dose única, destinado ao uso em emergências de anafilaxia. Geralmente, está disponível em duas dosagens (0,3 mg e 0,15 mg).
  3. Inalação:
    • Soluções para inalação: Em alguns casos, a adrenalina pode ser administrada por inalação em situações agudas de asma, embora essa forma de administração seja menos comum.
  4. Formulações Combinadas:
    • Em alguns anestésicos locais, a adrenalina é combinada com a substância anestésica para prolongar o efeito e minimizar o sangramento durante procedimentos cirúrgicos.

Essas diferentes apresentações permitem que a adrenalina seja utilizada em uma variedade de situações clínicas, garantindo que esteja disponível de forma eficaz para tratar emergências médicas.

Nome comercial

A adrenalina é comercializada sob diversos nomes comerciais, que podem variar por região e fabricante. Alguns dos nomes comerciais mais comuns incluem:

  1. EpiPen: Autoinjetor de adrenalina, usado para o tratamento de anafilaxia.
  2. Adrenalin: Usado em várias apresentações, incluindo injeções para emergências médicas.
  3. Epipen Jr.: Versão do EpiPen destinada a crianças, com dosagem menor.
  4. Auvi-Q: Outro autoinjetor que fornece doses de adrenalina para anafilaxia.
  5. Adrenalina Hidroclorada: Nome utilizado em algumas formulações para injeções.
  6. Ephedrine: Em alguns países, a adrenalina é comercializada sob este nome, embora seja um medicamento diferente, relacionado a um grupo semelhante de compostos.

Esses nomes podem ser encontrados em farmácias e hospitais, dependendo das normas e aprovações de cada país. É importante sempre verificar a concentração e a forma de apresentação ao utilizar.

Efeitos colaterais comuns e adversos

A adrenalina, embora eficaz, pode causar uma variedade de efeitos colaterais e adversos. Alguns dos mais comuns incluem:

Efeitos Colaterais Comuns:

  1. Taquicardia: Aumento da frequência cardíaca, que pode ser desconfortável para alguns pacientes.
  2. Hipertensão: Aumento da pressão arterial, que pode ser especialmente preocupante em pacientes com hipertensão preexistente.
  3. Tremores: Sensação de agitação ou tremores, devido à estimulação do sistema nervoso.
  4. Ansiedade e Nervosismo: Alguns pacientes podem sentir-se ansiosos ou nervosos após a administração.

Efeitos Adversos:

  1. Arritmias: Podem ocorrer irregularidades no ritmo cardíaco, que podem ser graves em alguns casos.
  2. Dor no Peito: Pode ser sinal de angina ou isquemia cardíaca, especialmente em pacientes com doenças cardíacas.
  3. Náuseas e Vômitos: Alguns pacientes podem apresentar sintomas gastrointestinais após a administração.
  4. Reações Alérgicas: Embora raras, podem ocorrer reações alérgicas à própria adrenalina, incluindo erupções cutâneas e dificuldade respiratória.
  5. Necrose Tissular: Se a adrenalina for injetada inadvertidamente em um vaso sanguíneo, pode causar necrose do tecido no local da injeção.

Considerações:

A adrenalina deve ser utilizada com cautela, especialmente em pacientes com doenças cardiovasculares, hipertireoidismo, diabetes ou aqueles que estão tomando inibidores da monoamina oxidase (IMAO). A monitorização cuidadosa após a administração é importante para identificar e gerenciar possíveis efeitos adversos.

Contraindicações

A adrenalina tem algumas contraindicações e precauções que devem ser consideradas antes da administração. As principais contraindicações incluem:

  1. Hipersensibilidade: Alergia conhecida à adrenalina ou a excipientes da formulação.
  2. Doenças Cardíacas: Pacientes com angina instável, infarto recente ou doenças cardíacas graves.
  3. Hipertensão Grave: Pacientes com hipertensão não controlada.
  4. Hiperplasia Prostática: Pode causar retenção urinária.
  5. Tireotoxicose: Pacientes com hipertireoidismo podem ter aumento do risco de arritmias.
  6. Uso de IMAOs: Interação com inibidores da monoamina oxidase, resultando em aumento da pressão arterial.

Além das contraindicações, é importante ter cautela ao administrar em pacientes com doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, ou aqueles que estão sob tratamento com medicamentos que podem interagir com a adrenalina, como antidepressivos e outros agentes que afetam o sistema nervoso.

A avaliação cuidadosa da condição do paciente e do contexto clínico é fundamental antes da administração de adrenalina.


Tabela de Anestésicos

FentanilCetamina
AtropinaMidazolam
LidocainaNaloxona
EpinefrinaNeostigmina
AdrenalinaPrilocaina
BupivacainaPrilocaina com Felipressina
CisatracurioPropofol
Besilato de CisatracurioRemifentanilo
Besilato de BepotastinaRocuronio
AtracurioBrometo de Rocuronio
DesfluranoRopivacaina
DiazepamCloridrato de Ropivacaina
EfedrinaSevoflurano
EtomidatoSuxametonio
FlumazenilTiopental Sodico
FlunitrazepamTiopental
IsofluranoVecuronio
Ketamina