LIDOCAÍNA

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De Sector Salud

A lidocaína é um anestésico local da classe dos aminoácidos, utilizado para bloquear a condução de impulsos nervosos em áreas específicas do corpo. Ela atua rapidamente e tem um efeito prolongado, sendo amplamente empregada em procedimentos médicos e dentários para controlar a dor. Além de suas propriedades anestésicas, a lidocaína também possui propriedades antiarrítmicas, podendo ser utilizada em casos de arritmias cardíacas.

  1. A lidocaína é utilizada principalmente para as seguintes finalidades:
  • Anestesia local: É frequentemente aplicada em procedimentos cirúrgicos, dentários e outros procedimentos médicos para anestesiar áreas específicas do corpo e proporcionar alívio da dor.
  • Tratamento de arritmias cardíacas: A lidocaína é usada em situações de emergência para tratar arritmias ventriculares, ajudando a estabilizar a atividade elétrica do coração.
  • Alívio da dor: Pode ser utilizada em forma de gel ou creme para tratar dores associadas a condições como herpes zóster, neuropatia e dores musculares.
  • Anestesia regional: Utilizada em bloqueios nervosos para anestesiar áreas maiores do corpo durante cirurgias.

Essas aplicações fazem da lidocaína uma opção versátil no manejo da dor e em procedimentos médicos.

Mecanismo de Ação da lidocaína

A lidocaína atua como um anestésico local ao bloquear os canais de sódio nas membranas das células nervosas. Esse bloqueio impede a despolarização e a propagação dos impulsos nervosos, resultando na interrupção da sensação de dor.

Quando a lidocaína é administrada, ela se difunde rapidamente para as terminações nervosas locais, ligando-se aos canais de sódio e bloqueando a entrada de íons sódio nas células. Isso impede que os sinais de dor sejam transmitidos ao sistema nervoso central. O efeito anestésico geralmente começa em minutos após a administração e pode durar de 30 minutos a várias horas, dependendo da formulação e da dose utilizada.

Além disso, a lidocaína também pode ter um efeito antiarrítmico, estabilizando a membrana celular no coração e prevenindo a ocorrência de arritmias, ao inibir a condução elétrica excessiva.

Farmacocinética (Absorção, distribuição, metabolismo e eliminação)

A farmacocinética da lidocaína envolve como o medicamento é absorvido, distribuído, metabolizado e excretado no corpo:

  • Absorção: A lidocaína é rapidamente absorvida após administração intravenosa, intramuscular ou subcutânea. Quando aplicada como anestésico local, a absorção pode variar dependendo da área de aplicação, da presença de vasoconstritores (como a epinefrina) e da formulação utilizada.
  • Distribuição: Após a absorção, a lidocaína se distribui amplamente nos tecidos. Ela é altamente lipofílica, o que permite uma rápida penetração nas membranas celulares. A ligação às proteínas plasmáticas é significativa, com cerca de 60-80% da lidocaína se ligando a proteínas no plasma.
  • Metabolismo: A lidocaína é metabolizada principalmente no fígado, onde é convertida em metabolitos ativos e inativos. O principal metabolito ativo é a monoetilglicinaxilidida (MEGX), que também possui propriedades anestésicas, embora menos potentes que a lidocaína. O metabolismo é influenciado por fatores como a função hepática e a presença de outros medicamentos.
  • Excreção: Os metabolitos da lidocaína são excretados principalmente na urina. A meia-vida de eliminação varia de 1 a 2 horas em adultos saudáveis, mas pode ser prolongada em casos de insuficiência hepática ou em pacientes idosos.

Essa farmacocinética explica a eficácia e a duração da ação da lidocaína em procedimentos médicos e anestésicos.

indicações terapêuticas da lidocaína

A lidocaína é indicada para uma variedade de usos terapêuticos, incluindo:

  • Anestesia Local: Utilizada em procedimentos cirúrgicos, dentários e diagnósticos para bloquear a dor em áreas específicas do corpo.
  • Anestesia Regional: Aplicada em bloqueios nervosos, como bloqueios de plexo braquial e anestesia epidural, para anestesiar áreas maiores durante cirurgias.
  • Tratamento de Arritmias Cardíacas: Usada em emergências médicas para tratar arritmias ventriculares, ajudando a restaurar a normalidade do ritmo cardíaco.
  • Alívio da Dor: Em formulações tópicas, a lidocaína é usada para tratar dores associadas a condições como neuropatia diabética, herpes zóster e lesões cutâneas.
  • Procedimentos Endoscópicos: Pode ser utilizada para anestesiar a mucosa durante procedimentos como endoscopias.
  • Cuidados Paliativos: Às vezes empregada para o manejo da dor em pacientes com doenças avançadas.

Essas indicações fazem da lidocaína uma ferramenta valiosa na prática médica, permitindo o controle eficaz da dor e a estabilização das funções cardíacas.

Apresentações da lidocaína

A lidocaína está disponível em várias apresentações, incluindo:

  • Soluções Injetáveis:
    • Lidocaína 1% (10 mg/mL)
    • Lidocaína 2% (20 mg/mL)
    • Lidocaína 5% (50 mg/mL) – geralmente para uso em anestesia epidural ou bloqueios nervosos.
  • Lidocaína Tópica:
    • Géis: Lidocaína 2% em gel (aplicação tópica para alívio da dor em condições como herpes zóster).
    • Cremes: Lidocaína 5% (usado para aliviar a dor em áreas específicas da pele).
    • Adesivos transdérmicos: como o adesivo de lidocaína 5% (usado para analgesia localizada).
  • Soluções para Uso Endovenoso:
    • Lidocaína 1% para administração intravenosa em situações de emergência.
  • Formas Farmacêuticas Orais:
    • Pastilhas de lidocaína para alívio da dor de garganta.

Essas diversas apresentações permitem que a lidocaína seja utilizada em diferentes contextos clínicos, adaptando-se às necessidades dos pacientes e dos procedimentos realizados.

Nome comercial

A lidocaína é comercializada sob vários nomes, dependendo do país e do fabricante. Alguns dos nomes comerciais comuns incluem:

  • Xylocaine
  • Lignospan
  • Lidoderm (adesivo transdérmico)
  • Anestacon
  • Lidocaína Kabi
  • Lidocaína B. Braun

Além desses, existem várias outras marcas que podem conter lidocaína como princípio ativo, variando em formulações e concentrações. É importante verificar a bula do produto para obter informações específicas sobre cada apresentação.

Efeitos colaterais comuns e adversos

A lidocaína é geralmente bem tolerada, mas pode apresentar alguns efeitos colaterais, que podem variar de leves a graves. Aqui estão os efeitos colaterais mais comuns e os adversos:

Efeitos Colaterais Comuns:

  • Reações locais: Dor, inchaço ou vermelhidão no local da injeção ou aplicação.
  • Sensação de formigamento: Pode ocorrer na área tratada após a administração.
  • Náuseas ou vômitos: Alguns pacientes podem sentir desconforto gastrointestinal.
  • Tontura ou sonolência: Pode ocorrer, especialmente após administração intravenosa.

Efeitos Adversos Raros e Graves:

  • Reações alérgicas: Erupções cutâneas, coceira ou urticária. Reações alérgicas graves, como anafilaxia, são raras, mas podem ocorrer.
  • Toxicidade sistêmica: Se a lidocaína for administrada em doses excessivas ou acidentalmente injetada na corrente sanguínea, pode causar:
    • Convulsões
    • Depressão respiratória
    • Arritmias cardíacas
    • Parada cardíaca
  • Neuropatia: Em casos raros, pode ocorrer lesão nervosa temporária ou permanente em áreas onde a anestesia foi aplicada.

Os profissionais de saúde devem monitorar os pacientes para possíveis reações adversas e ajustar as doses conforme necessário para minimizar riscos. É importante relatar qualquer efeito colateral significativo ao médico.

Contraindicações

A lidocaína possui algumas contraindicações que devem ser consideradas antes de sua administração. As principais incluem:

  • Alergia: Hipersensibilidade à lidocaína ou anestésicos locais similares.
  • Bloqueio cardíaco: Bloqueio cardíaco de grau avançado.
  • Insuficiência hepática severa: Risco aumentado de toxicidade.
  • Reações anafiláticas anteriores: A outros anestésicos locais.
  • Gravidez e lactação: Usar com cautela.
  • Doenças cardíacas: Avaliação cuidadosa em pacientes com doenças cardíacas.
  • Interações medicamentosas: Uso concomitante com certos medicamentos que afetam o coração.

É essencial que profissionais de saúde realizem uma avaliação completa do histórico médico do paciente antes de administrar lidocaína, para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.


Tabela de Anestésicos

FentanilCetamina
AtropinaMidazolam
LidocainaNaloxona
EpinefrinaNeostigmina
AdrenalinaPrilocaina
BupivacainaPrilocaina com Felipressina
CisatracurioPropofol
Besilato de CisatracurioRemifentanilo
Besilato de BepotastinaRocuronio
AtracurioBrometo de Rocuronio
DesfluranoRopivacaina
DiazepamCloridrato de Ropivacaina
EfedrinaSevoflurano
EtomidatoSuxametonio
FlumazenilTiopental Sodico
FlunitrazepamTiopental
IsofluranoVecuronio
Ketamina