OXICODONA

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De Sector Salud

A oxicodona é um analgésico opioide utilizado para o tratamento da dor moderada a severa. É uma substância derivada da tebaína, um alcaloide encontrado no ópio. A oxicodona atua no sistema nervoso central (SNC) para aliviar a dor, ligando-se a receptores opioides no cérebro e na medula espinhal. Além de suas propriedades analgésicas, também pode induzir euforia e sedação em alguns pacientes.

A oxicodona é utilizada principalmente para o manejo da dor aguda ou crônica, especialmente em condições que não respondem adequadamente a analgésicos não opioides. Suas principais indicações incluem:

  • Dor pós-operatória: Para controle da dor intensa após procedimentos cirúrgicos.
  • Dor relacionada ao câncer: Para alívio da dor em pacientes com câncer avançado ou metastático.
  • Dor crônica: Em condições como artrite, dor lombar, ou outras condições musculoesqueléticas.
  • Dor em situações de emergência: Para o tratamento de episódios agudos de dor severa.

A oxicodona pode ser administrada em várias formas, incluindo comprimidos, soluções orais e injeções, dependendo da necessidade clínica do paciente.

Mecanismo de Ação da oxicodona

A oxicodona atua como um analgésico opioide, ligando-se principalmente aos receptores opioides mu no sistema nervoso central (SNC). Este processo resulta em várias ações que ajudam a aliviar a dor:

  1. Ligação aos Receptores: A oxicodona se liga a receptores opioides, predominantemente os receptores mu, localizados em diversas áreas do cérebro e da medula espinhal.
  2. Inibição da Transmissão da Dor: Ao se ligar a esses receptores, a oxicodona inibe a liberação de neurotransmissores que transmitem sinais de dor, como a substância P e o glutamato. Isso resulta em uma diminuição da percepção da dor.
  3. Modulação da Resposta Emocional à Dor: A oxicodona também afeta áreas do cérebro que regulam a emoção e a resposta à dor, levando a uma sensação de bem-estar e euforia em alguns pacientes.
  4. Efeitos Sedativos: Além de suas propriedades analgésicas, a oxicodona pode causar sedação, resultando em um efeito calmante que pode ser benéfico para pacientes com dor severa.

Esse mecanismo de ação torna a oxicodona eficaz no tratamento da dor, mas também pode levar a efeitos colaterais e ao potencial de dependência, sendo fundamental seu uso sob supervisão médica.

Farmacocinética (Absorção, distribuição, metabolismo e eliminação)

A farmacocinética da oxicodona descreve como o corpo absorve, distribui, metaboliza e excreta a substância. Aqui estão os principais aspectos:

  1. Absorção:
    • A oxicodona é bem absorvida pelo trato gastrointestinal. Quando administrada via oral, sua biodisponibilidade pode variar, sendo geralmente entre 60-87%. Formas de liberação controlada podem ter uma absorção mais lenta, proporcionando um efeito prolongado.
  2. Distribuição:
    • A oxicodona se liga a proteínas plasmáticas, principalmente à albumina e à alfa-1 glicoproteína ácida, em aproximadamente 45-50%. Ela atravessa a barreira hematoencefálica, o que é fundamental para sua ação no sistema nervoso central.
  3. Metabolismo:
    • A oxicodona é metabolizada principalmente no fígado, através do sistema enzimático do citocromo P450, principalmente pelas isoenzimas CYP3A4 e CYP2D6. Os principais metabolitos incluem a noroxicodona, que também possui atividade analgésica, mas em menor grau.
  4. Excreção:
    • A oxicodona e seus metabolitos são excretados principalmente pela urina. A meia-vida da oxicodona varia de 3 a 5 horas, embora essa duração possa ser mais longa em pacientes com comprometimento hepático ou renal.
  5. Considerações Especiais:
    • Em pacientes idosos ou com insuficiência hepática ou renal, a eliminação da oxicodona pode ser prejudicada, necessitando de ajuste na dosagem. Além disso, a administração crônica pode levar a um aumento na tolerância, exigindo doses mais elevadas para alcançar o mesmo efeito analgésico.

indicações terapêuticas

A oxicodona é indicada para o tratamento de diversas condições que causam dor, incluindo:

  1. Dor Aguda:
    • É utilizada para o alívio da dor intensa após cirurgias, traumas ou procedimentos médicos, proporcionando controle eficaz da dor em ambientes hospitalares ou pós-operatórios.
  2. Dor Crônica:
    • É indicada para o manejo de dor crônica em condições como:
      • Câncer: Alívio da dor em pacientes oncológicos, especialmente aqueles em estágios avançados.
      • Artrite e Doenças Musculoesqueléticas: Para pacientes que sofrem de dor persistente devido a doenças articulares ou musculares.
      • Dor Lombar: Utilizada em casos de dor lombar crônica que não respondem a outros tratamentos.
  3. Dor Neuropática:
    • Embora não seja a primeira linha de tratamento, a oxicodona pode ser considerada em casos de dor neuropática quando outras opções não são eficazes.
  4. Dor em Pacientes com Doenças Terminais:
    • Em cuidados paliativos, a oxicodona pode ser utilizada para proporcionar conforto a pacientes com doenças terminais, melhorando a qualidade de vida ao aliviar a dor severa.
  5. Uso Off-Label:
    • Em alguns casos, a oxicodona pode ser prescrita off-label para condições não oficialmente aprovadas, mas que apresentam dor significativa.

A administração da oxicodona deve ser feita sob supervisão médica, levando em consideração o perfil de dor do paciente e as potenciais contraindicações e riscos associados ao uso de opioides.

Apresentações

A oxicodona está disponível em várias apresentações, permitindo diferentes formas de administração e dosagem. As principais apresentações incluem:

  1. Comprimidos:
    • Comprimidos de liberação imediata: Geralmente disponíveis em dosagens como 5 mg, 10 mg, 15 mg, 20 mg e 30 mg.
    • Comprimidos de liberação controlada: Apresentações que liberam a oxicodona de forma gradual ao longo do tempo, comumente disponíveis em dosagens de 10 mg, 20 mg, 40 mg e 80 mg.
  2. Soluções orais:
    • Formas líquidas que permitem ajuste de dosagem para pacientes que podem ter dificuldades para engolir comprimidos. Essas soluções geralmente têm concentrações específicas, como 5 mg/5 mL.
  3. Cápsulas:
    • Cápsulas que contêm oxicodona de liberação controlada, proporcionando um efeito prolongado.
  4. Injeções:
    • Soluções injetáveis de oxicodona para uso em ambiente hospitalar ou em situações em que a administração oral não é viável. As injeções podem ser feitas por via intravenosa ou intramuscular.
  5. Adesivos transdérmicos:
    • Embora menos comuns, alguns formulários podem ser encontrados em adesivos que liberam oxicodona lentamente pela pele, proporcionando alívio prolongado da dor.

As apresentações podem variar entre os fabricantes e países, e a escolha da forma de administração e dosagem depende das necessidades clínicas do paciente e da orientação do médico.

Nome comercial

A oxicodona é comercializada sob vários nomes comerciais em diferentes países. Alguns dos mais conhecidos incluem:

  1. OxyContin:
    • Um dos nomes mais populares, este produto contém oxicodona em formulação de liberação controlada, proporcionando alívio prolongado da dor.
  2. Percocet:
    • Uma combinação de oxicodona e paracetamol (acetaminofeno) que é utilizada para o tratamento de dor moderada a intensa.
  3. Roxicodone:
    • Uma forma de oxicodona de liberação imediata, disponível em comprimidos.
  4. Endocet:
    • Outra combinação de oxicodona e paracetamol, utilizada para dor moderada a intensa.
  5. Oxecta:
    • Uma formulação de oxicodona de liberação imediata, que contém um agente que desencoraja o uso inadequado.
  6. Xtampza ER:
    • Uma formulação de liberação prolongada que é projetada para oferecer um efeito duradouro, com características que dificultam a manipulação.

Esses são apenas alguns exemplos; há outros nomes comerciais que podem estar disponíveis em farmácias, dependendo da região e do fabricante. É importante que o uso de qualquer produto contendo oxicodona seja feito sob orientação médica, considerando suas propriedades e potenciais riscos.

Efeitos colaterais comuns e adversos

A oxicodona, como outros opioides, pode causar uma variedade de efeitos colaterais. Os efeitos podem variar em intensidade e podem ser mais pronunciados em pacientes que iniciam o tratamento ou que estão em dosagens mais elevadas. Aqui estão os efeitos colaterais comuns e adversos:
Efeitos Colaterais Comuns

  1. Constipação: Efeito colateral frequente que pode ser grave.
  2. Náuseas e Vômitos: Podem ocorrer, especialmente no início do tratamento.
  3. Sonolência: Pode afetar a capacidade de realizar atividades que exigem alerta.
  4. Tontura: Sensação de vertigem.
  5. Boca Seca: Devido ao efeito sobre as glândulas salivares.

Efeitos Colaterais Adversos

  1. Depressão Respiratória: Risco de respiração lenta ou superficial.
  2. Reações Alérgicas: Raros, mas podem ser graves.
  3. Tolerância e Dependência: Uso prolongado pode levar a dependência física.
  4. Síndrome de Abstinência: Sintomas ao interromper o uso abruptamente.
  5. Alterações no Humor: Pode causar euforia ou depressão.

A monitorização dos pacientes é essencial, e qualquer efeito colateral significativo deve ser relatado ao médico.

Contraindicações

A oxicodona possui algumas contraindicações que devem ser consideradas antes de sua prescrição. As principais incluem:

  1. Hipersensibilidade:
    • Contraindicação em pacientes que apresentam alergia conhecida à oxicodona ou a qualquer componente da formulação.
  2. Depressão Respiratória Severa:
    • Não deve ser usada em pacientes com depressão respiratória grave, como em casos de asma aguda ou insuficiência respiratória.
  3. Síndrome de Apneia do Sono:
    • Pacientes com apneia do sono não devem utilizar oxicodona, devido ao risco de depressão respiratória.
  4. Uso Concomitante de Inibidores do CYP3A4:
    • A oxicodona deve ser evitada em pacientes que usam inibidores potentes da enzima CYP3A4, que podem aumentar os níveis da droga e potencializar seus efeitos.
  5. Problemas Hepáticos ou Renais Severos:
    • Pacientes com insuficiência hepática ou renal severa devem ter cautela ao usar oxicodona, necessitando de ajuste de dose.
  6. Gravidez e Amamentação:
    • Uso durante a gravidez e a amamentação deve ser evitado, a menos que os benefícios superem os riscos, devido ao potencial de causar dependência no feto ou lactente.
  7. Intoxicação Aguda por Álcool ou Outras Substâncias:
    • A oxicodona não deve ser usada em pacientes intoxicados por álcool ou outras drogas depressoras do SNC.

Essas contraindicações são importantes para garantir a segurança do paciente e minimizar o risco de efeitos adversos graves. A avaliação médica cuidadosa é essencial antes de iniciar o tratamento com oxicodona.


Tabela de analgésicos

Acido acetilsalicílicoMetamizol Sodico
BuprenorfinaDipirona
CapsaicinaMorfina
Clonixinato de lisinaNalbufina
DexmedetomidinaOxicodona
DextropropoxifenoParacetamol
FentanilTramadol
EtofenamatoCloridrato de Tramadol
IbuprofenoHidromorfona
CetorolacoMetadona
Trometamol CetorolacoTapentadol